Gol cancela voos por e-mail e telefone


Para evitar novo caos aéreo, Gol cancela voos por e-mail e telefone
Ao mesmo tempo, empresa estimula compra de passagens com preços a R$ 1
Danielle Nogueira

A Gol está lançando mão de seu último recurso para evitar um novo caos aéreo como o ocorrido no início deste mês.

Com o aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a companhia está cancelando previamente alguns voos programados para agosto, de modo que os tripulantes não ultrapassem a carga horária permitida por lei, de 85 horas mensais. No último fim de semana das férias escolares, mais da metade dos voos da empresa atrasaram e outros tantos foram cancelados porque os funcionários já tinham excedido a jornada de trabalho.

Ironicamente, na última sexta-feira a Gol lançou uma promoção que estimula a compra de passagens, justamente para o período em que voos estão sendo cancelados. Até as 6h de ontem, os clientes podiam comprar bilhetes para qualquer destino no Brasil, com exceção de Fernando de Noronha, e pagar R$ 1 pela volta. A oferta é válida para viagens com ida e volta entre 14 de agosto e 2 de setembro.

Rio e SP estão entre os destinos mais afetados De acordo com a Gol, os cancelamentos estão sendo feitos com no mínimo uma semana de antecedência e atingem destinos para os quais a empresa tem mais frequências (número de voos de ida e volta), o que lhe permite ajustar a malha sem dificuldade.

Entre as cidades mais atingidas estão Brasília, Rio e São Paulo. A Gol garante que os passageiros são avisados por e-mail ou telefone e, caso não queiram voar no novo horário proposto pela aérea, ficam com o crédito no valor do bilhete adquirido ou são ressarcidos integralmente.

Os cancelamentos vêm sendo feitos desde o início do mês em coordenação com a Anac, que mantém inspetores na empresa para acompanhar a montagem da escala dos tripulantes. Na avaliação da agência, o procedimento, embora traga desconforto para o passageiro, é preferível ao transtorno de um novo caos aéreo.

Para Carlos Camacho, do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a medida é paliativa: — Esses ajustes de malha são paliativos. Há uma utilização inadequada da tripulação.

Escalas mais humanas são uma das reivindicações dos funcionários da Gol, que decidiram semana passada entrar em estado de greve. A decisão de cruzar ou não os braços deve ocorrer depois do dia 20, quando haverá uma audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho de São Paulo.

Após subirem 10,64% na última sexta-feira, na carona do acordo de fusão entre TAM e LAN, as ações da Gol lideraram ontem as perdas do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da Gol caíram 5,77%.

Fonte: O Globo

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