Empresas negociam offsets para desenvolvimento do KC-390

(Divulgação, 27 de maio de 2010)
Até o final da próxima década, o KC-390 entrará em operação na Força Aérea Brasileira e trará avanços operacionais em missões como transporte, reabastecimento em voo e ajuda humanitária. Mas antes de decolar pela primeira vez, o projeto do novo avião militar brasileiro trará benefícios para empresas nacionais que participarem do seu desenvolvimento. Este foi o tema principal do 1° Workshop sobre Offset KC-390, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), nos dias 25 e 26 de maio.O evento reuniu empresas brasileiras e estrangeiras para iniciar as conversações sobre offset, que são compensações comerciais que as indústrias do exterior precisam oferecer ao Brasil se desejarem participar do projeto. "O offset serve para que nós sobrepujemos óbices técnicos e logísticos", explicou o Coronel Adalberto Zavaroni, gerente técnico do projeto KC-390. Ele afirmou que o projeto do KC-390 inclui o uso de tecnologias ainda não desenvolvidas no Brasil, como a porta de carga traseira e pods para reabastecimento em voo. É por esse motivo que as parcerias estratégicas são importantes. "Este avião será histórico para o país, e por isso seu desenvolvimento precisa ser conjunto e muito bem planejado", disse.

Os offsets do projeto KC-390 podem incluir treinamento de pessoal, transferência de tecnologia, desenvolvimento conjunto de sistemas e fornecimento de maquinário, dentre outas possibilidades. "Não se faz offset por fazer. É preciso ter inovação, viabilidade e confiabilidade", resume o Coronel Affonso Rodrigues, do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), órgão da FAB subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e responsável pela promoção do workshop. A programação contou com apresentações da Força Aérea Brasileira sobre o projeto KC-390 e a política de offset do Comando da Aeronáutica. A Embraer, principal desenvolvedora do avião, também explicou as fases de desenvolvimento e as áreas de interesse para parcerias estratégicas. As 16 empresas participantes também puderam apresentar suas propostas. Ao final ocorreu uma rodada de negócios com 172 encontros diretos para negociações.
O projeto KC-390

Em 2009, o Comando da Aeronáutica assinou com a Embraer um contrato para o desenvolvimento do KC-390. A nova aeronave de transporte e reabastecimento em voo deverá substituir os C-130 Hércules, de fabricação norte-americana, e aumentar a capacidade de apoio logístico da Força Aérea. Cada aeronave terá capacidade para transportar até 80 soldados ou uma carga total de 19 toneladas. Poderão ser realizadas missões como deslocamentos de tropas para qualquer região do Brasil, transporte logístico, busca, assalto aerotático, reabastecimento em voo, lançamento de cargas em voo e transporte de ajuda humanitárias. Os primeiros protótipos devem estar prontos em seis anos. Além da Força Aérea Brasileira, o KC-390 também poderá ser exportado para outros países. De acordo com os estudos da Embraer, há um mercado potencial de 700 aeronaves deste porte a serem substituídas nos próximos dez anos.
Fonte: Revista Asas

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