Companhias aéreas se beneficiam com dólar barato


O câmbio pode ter efeitos distintos dentro de uma mesma empresa, mas no caso das aéreas o impacto é quase todo positivo. Além de reduzir o endividamento, o dólar barato também diminui de forma importante os custos das companhias, o que deve elevar significativamente as margens no terceiro trimestre.

Segundo o sócio-gestor da Humaitá Investimentos Márcio Macedo, quase metade dos custos dessas empresas é em dólar, como gastos com combustíveis, pagamento do arrendamento das aeronaves e despesas com manutenção e revisão. Como o petróleo está comportado, não há contraponto na conta de combustíveis.

Apenas na dívida, descontada a perda de valor de registro dos aviões, Macedo calcula que o impacto positivo da queda do dólar para a TAM deve ser próximo de R$ 400 milhões no trimestre.

Ele menciona ainda que o real forte estimula a demanda por viagens internacionais, o que também beneficia as aéreas, que voam com os aviões mais cheios.

Ao olhar o efeito do dólar para empresas como a petroquímica Braskem ou as siderúrgicas, Macedo acredita que a redução da dívida pode não compensar a diminuição de competitividade ante concorrentes estrangeiras.

Já no setor de carnes, o especialista entende que as empresas brasileiras têm mais facilidade para repassar aumento de preços, dado o menor nível de competição no mercado global, a exemplo do que ocorre com o minério.

Do lado de quem importa parte da produção, o sócio da Humaitá considera que a varejista do setor têxtil Hering pode ser beneficiada, porque tem custo menor com a parcela dos produtos que compra no exterior (55% das vendas), e não precisa cortar os preços.

Ele menciona ainda que, de forma geral, há um impacto positivo nos investimentos das empresas, uma vez que boa parte dos bens de capital são importados. (FT)

Fonte: Valor Econômico

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